Esse corpo é um grande útero e nele está sendo gestada nossa alma. Nascemos todos grávidos e essa gestação demora. Com isso acaba a briga entre homens e mulheres, somos todos mãe e pai – de nós mesmos!
O corpo é matéria (terra) e líquidos (água), geradores de vida - vitalidade e força estes elementos são a base, o substrato onde nos desenvolvemos. Tudo o que consumimos se torna uma parte integrante de nós. Refiro-me principalmente a aquisição de hábitos destrutivos. Com isso consigo incluir tudo de uma só vez. Alimentação, pensamentos, exercício, música, tudo é importante.
Muito do que fazemos e consequentemente consumimos são hábitos compulsivos inconscientes dirigidos por nossos complexos.
Digo compulsivo e gosto da força e peso desta palavra porque são hábitos que repetimos e repetimos todos os dias. E falo de complexo pensando na psicologia junguiana, emprestando a ideia de autonomia e inconsciência. Vamos aprofundar.
Somos seres em formação. Estamos na verdade alimentando e criando a vida da alma e ela participa ativamente deste processo. Estamos grávidos como me referi acima. Quando vemos uma mulher grávida fumar qual é nossa reação? Ficamos chocados, e isso vale para muitas outras coisas. Todo ser humano tem um senso do que é bom ou não para as mulheres grávidas e sabemos disso com muita facilidade.
O que me ocorreu um dia destes é que todos, todos nós somos “mulheres grávidas”, mas fumamos, bebemos, ficamos extremamente nervosos e isso tudo faz muitíssimo mal a nossa criança-alma-interior. Por que continuamos? Por que não paramos de nos agredir e agredir o outro? Com esse questionamento pensei sobre os nossos hábitos compulsivos orquestrados por complexos certamente inconscientes.
Os complexos na teoria junguiana são aglomerados, aglutinações de experiência, vivências, eventos, fatos energizados, extremamente potencializados por emoções negativas ou não. Esses aglomerados se unem por temas, existe uma ordem. O tema é a linha central, a espinha dorsal do complexo. Por falar em espinha dorsal essa “coisa” tem vida, energia e claro uma certa autonomia.
Neste momento você pode até sentir um friozinho na barriga. Quanto maior for a nossa inconsciência a respeito da existência dos complexos mais autônomos eles serão. E isso explica muita coisa. Ao meu ver os hábitos são os veículos que alimentam os complexos tornando-os mais fortes e energizados.
Vou dar um exemplo que vai facilitar o entendimento. O famoso, extraordinário conhecido mundialmente Complexo de Inferioridade! Assim que recebemos nosso boletim escolar, muitas vezes bem antes disso, nasce a ideia de que aquela nota vermelha está realmente dizendo que somos ruins e inferiores quando nos comparamos com os outros. Claro que existem pessoas que tiram notas maravilhosas e se saem muito bem na escola, para essa temos o Complexo de Superioridade, porque elas também acham que um número é capaz de dizer algo sobre ela. Apenas o tema é diferente, mas a construção de habito é igual.
Continuando na nossa história a nota vermelha vai se unir ao evento do fora que você levou do seu amado (a) e por “coincidência” naquele ano seu rosto se encheu de espinhas e você recebeu um apelido “carinhoso” dos seus amigos. Pronto, já temos um corpo inteiro. Depois de tudo isso acontecer, sem perceber você começa a comer por angustia, vazio, tensão e medo.
Temos o complexo e um hábito instalado, acho que não preciso dizer no que isso vai resultar. É um exemplo simples, mas muito útil. Imaginem que nossos complexos são muito mais ‘complexos’ que isso. Aí reside toda a nossa dificuldade, o hábito deixa nosso personagem obeso e a obesidade alimentará o complexo de inferioridade com muita energia, fechando um ciclo de automanutenção. A autonomia surge da quantidade de conexões, relações que o complexo faz com o todo do indivíduo. O que eu estou querendo dizer é que nós, de diversas maneiras nos identificamos com ele, nós o mantemos vivo.
Chamo a atenção de todos para isso. A única força capaz de desbancar um complexo e junto com ele muitos hábitos maliciosos é a Consciência, uma tomada de consciência tão profunda que seja capaz de exteriorizar as emoções nele aglomeradas. Por isso utilizei a força da imagem da mulher grávida. Quem em sã consciência ofereceria um copo de cerveja para uma gestante? Acredito que ninguém.
Agora peço que todos se sintam intensamente e verdadeiramente grávidos das suas almas e talvez isso ajude cada um de nós a adquirir uma consciência maior da nossa responsabilidade enquanto gestadores de Alma.
KARINA PAITACH - Psicóloga e Acupunturista
Fonte: http://www.alumiar.com/index.php/saude/51-psicologia/1510-gestandoalma
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Texto foi traduzido para o Inglês pelo meu amigo L. Roberto!!!
Obrigada querido!!!!!
Foto: L. Roberto
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Obrigada querido!!!!!
Foto: L. Roberto