terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Fim do narcisismo !?!


Narcisismo será retirado da "bíblia"

dos transtornos psiquiátricos

Por Charles Zanor*
The New York Times


Os narcisistas, para a surpresa da maioria dos especialistas, estão quase se tornando uma espécie em extinção. Não que eles estejam encarando uma extinção iminente. O destino será muito pior. Eles ainda existirão, mas serão ignorados.
A quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (previsto para ser lançado em 2013, e conhecido como DSM-5) eliminou cinco dos dez transtornos de personalidade que estão listados na edição atual.
O distúrbio de personalidade narcisista é o mais conhecido entre os cinco, e sua ausência tem causado muito alvoroço entre os profissionais da saúde.
A maioria dos leigos tem uma boa ideia do que seja o narcisismo, mas a definição formal é mais precisa do que o significado encontrado no dicionário.
Nossa imagem cotidiana de um narcisista é de uma pessoa muito egocêntrica - a conversa sempre gira em torno dela. Embora não se aplique a pessoas com distúrbio de personalidade narcisista (DPN), essa caracterização é muito ampla. Existem pessoas completamente egocêntricas que não se qualificariam no diagnóstico de DPN.
O requisito principal para o DPN é um tipo especial de autoabsorção: um senso grandioso de autoestima, um sério erro de cálculo de suas próprias habilidades e potenciais que é muitas vezes acompanhado por fantasias de superioridade. É a diferença entre dois estudantes com capacidade moderada que jogam beisebol: um é absolutamente convencido de que será um jogador da liga principal, e o outro espera por uma bolsa de estudos para cursar a faculdade.
É claro, seria prematuro chamar o primeiro estudante de narcisista nesta idade, mas imagine o mesmo tipo de atitude incessante e irrealista 10 ou 20 anos mais tarde.
O segundo requisito para o DPN: visto que o narcisista é tão convencido (a maioria são homens), ele automaticamente espera que os outros reconheçam e falem sobre as suas maiores qualidades. Isso é geralmente conhecido como "espelhamento". Ele não se contenta em saber que é bom. Os outros devem confirmar isso, rápido e com frequência.
Finalmente, os narcisistas, que desejam a aprovação e a admiração dos outros, não têm noção sobre como as coisas parecem da perspectiva dos outros. Os narcisistas são muito sensíveis ao serem ignorados ou menosprezados, mas dificilmente reconhecem quando estão fazendo isso com os outros.
A maioria de nós concordaria que este é um perfil facilmente reconhecível, e é uma incógnita o porquê o manual do comitê sobre distúrbios de personalidade decidiu tirar o DPN da lista. Muitos especialistas da área não estão felizes com isso.
Na verdade, eles também não estão felizes com a eliminação de outros quatro distúrbios, e não têm vergonha de dizer isso.
Um dos críticos mais renomados do comitê sobre distúrbios de personalidade é o psiquiatra de Harvard, Dr. John Gunderson, antigo na área, foi quem conduziu o comitê de distúrbios de personalidade para o manual atual.
Questionado sobre o que achou sobre a eliminação do DPN, ele disse que o manual apenas mostrou o quão "ignorante" é o comitê.
 "Eles têm pouco conhecimento sobre o dano que podem estar causando". Disse também que o diagnóstico é importante para organizar e planejar o tratamento.
 "É perversa", disse sobre a decisão, "e creio que é a primeira que elimina metade de um grupo de distúrbios pelo comitê".
Ele também culpou a chamada abordagem dimensional, um método de diagnóstico de distúrbio de personalidade que é novo para a DSM. Consiste em fazer um diagnóstico global e geral do distúrbio da personalidade para um determinado paciente, e então, selecionar traços particulares de uma longa lista para melhor descrever aquele paciente específico.
Isto é um contraste com a abordagem que tem sido usada há 30 anos: a síndrome narcisista é definida por um conjunto de traços relacionados, e o paciente é classificado naquele perfil.
A abordagem dimensional tem o apelo de um pedido à la carte _você pede o que quer, nada mais e nada menos.
Uma coisa é chamar alguém de elegante e bem vestido. Outra coisa é chamar de almofadinha. Cada um desses termos tem significados levemente diferentes e evoca um tipo.
E os médicos gostam de tipos. A ideia de substituir o diagnóstico padrão do DPN pelo diagnóstico dimensional como "distúrbio de personalidade com traços narcisistas e manipuladores" não vai dar certo.
Jonathan Shedler, psicólogo da Faculdade de Medicina da Universidade de Colorado, disse: "Os médicos estão acostumados a pensar em termos de síndromes, e não traços separados. Já os pesquisadores pensam em termos de variáveis, e há simplesmente uma cisma enorme". Ele disse que o comitê foi formado "por vários pesquisadores acadêmicos que não atuam muito na prática clínica. Vemos ainda outra manifestação do que é chamado na psicologia de cisma na prática da ciência".
Cisma provavelmente não seja um exagero. Há 30 anos o DSM tem sido o padrão inquestionável que os médicos consultam ao diagnosticar distúrbios mentais. Quando um novo diagnóstico é introduzido, ou um diagnóstico estabelecido é substancialmente modificado ou excluído, isso não é pouca coisa. Como disse Gunderson, isso afetará a maneira como os profissionais pensam e tratam seus pacientes.
Levando isso em consideração, a falta de informação dos especialistas em distúrbios de personalidade não deverá ser novidade.
Gunderson escreveu uma carta co-assinada por outros pesquisadores e médicos à Associação Psiquiátrica Americana e à força-tarefa que dirige a DSM-5. Além disso, Shedles e sete colaboradores publicaram um editorial na edição de setembro da Revista Americana de Psiquiatria.
Em um mundo relativamente pequeno de diagnósticos de saúde mental, esta é uma batalha que certamente vale a pena assistir.
Agora, está claro que é muito cedo para os narcisistas desistirem do seu lugar na lista.
* Charles Zanor é psicólogo em West Springfield, Massachusetts, EUA.

Share |

sábado, 11 de dezembro de 2010

Acupuntura no SUS



VITÓRIA 
ACUPUNTURA MULTIDISCIPLINAR NO SUS 
COM RECONHECIMENTO VIA DATASUS

PORTARIA Nº 84, DE 25 DE MARÇO DE 2009. O Secretário de Atenção à Saúde, no uso de suas atribuições, Considerando a Portaria SAS/MS nº 511, de 29 de dezembro de 2000, que estabelece o cadastramento dos estabelecimentos de saúde no país, vinculados ou não ao Sistema Único de Saúde – SUS;

Considerando a Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006, que divulga o Pacto pela Saúde 2006 Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto; Considerando a necessidade de atualizar a Portaria SAS/MS nº 154, de 18 de março de 2008, adequando-a às diretrizes da Portaria nº 971/GM, de 03 de maio de 2006, que institui a Política Nacional de Práticas Integrativas Complementares no âmbito do SUS; e Considerando a necessidade de adequar o Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde ? SCNES, resolve:

Art. 1º Adequar o serviço especializado 134 ? SERVIÇO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS e sua classificação 001 – ACUPUNTURA de acordo com a tabela a seguir: COD SERV DESCRICAO DO SERVIÇO COD CLASS DESCRIÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO 134 SERVIÇO DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS 001 ACUPUNTURA GRUPO 1 CBO DESCRIÇÃO 2231-01 MÉDICO ACUPUNTURISTA GRUPO 2 2235-05 ENFERMEIRO GRUPO 3 2212-05 BIOMEDICO GRUPO 4 2236-50 FISIOTERAPEUTA ACUPUNTURISTA GRUPO 5 2515-10 PSICÓLOGO CLÍNICO – PSICÓLOGO ACUPUNTURISTA GRUPO 6 2234-05 FARMACÊUTICO

Parágrafo único: Permanecem inalteradas as demais classificações deste serviço. Art. 2º – Caberá ao Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas ? Coordenação Geral dos Sistemas de Informação, com o apoio do Departamento de Atenção Básica – DAB/SAS/MS, adotar as providências necessárias junto ao Departamento de Informática do SUS – DATASUS/SE/MS, para o cumprimento do disposto nesta Portaria. 

Art. 3º – Esta Portaria entra em vigor na competência abril de 2009.

Alberto Beltrame – Secretário

Procedimento de Acupuntura pelo SUS cresce mais de 120%
UOL/Ciência e Saúde 05/01/2010 – 11h42
Da Agência Brasil

Dados do Ministério da Saúde revelam aumento no número de procedimentos de medicina não convencional (acupuntura, Medicina Tradicional Chinesa, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia) no Sistema Único de Saúde (SUS). De 2007 para 2008, as consultas de acupuntura, por exemplo, cresceram 122,7% , passando de 97.240 sessões para 216.616.
No caso das práticas corporais, que incluem tai chi chuan e lian gong, o crescimento foi de 358% nos últimos três anos, de acordo com o ministério.

A coordenadora da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), Carmen De Simoni, aponta três fatores para a expansão da medicina não convencional dentro da rede pública de saúde: a criação da política, em 2006, que incluiu procedimentos antes não existentes no SUS ou ainda pouco utilizados, a divulgação das práticas visando acabar com o estigma em relação à medicina não convencional e o incentivo aos profissionais para a adoção desses procedimentos.
?Houve estímulo aos profissionais que já estavam no SUS, que são homeopatas e acupunturistas, a colocarem à disposição do sistema esse conhecimento?, disse a coordenadora à Agência Brasil.
Além disso, o governo federal aplicou recursos maciços na ampliação da medicina alternativa. Na homeopatia, o investimento saiu de R$ 611,3 mil, em 2000, para R$ 2,9 milhões, em 2008, incremento de cerca 383%. Em acupuntura, o desembolso teve aumento de aproximadamente 1.420% nesse mesmo período, de R$ 278 mil para R$ 3,9 milhões.

Para o presidente da Associação Brasileira de Acupuntura, que oferece cursos na área, Evaldo Martins, o baixo custo da técnica milenar chinesa, que usa agulhas, e a rápida recuperação do paciente contribuíram para a expansão da prática no SUS. O atendimento é feito, na maior parte dos casos, em postos de saúde e nos Núcleos de Saúde da Família por médicos especializados ou acupunturistas.

Ele critica entretanto o projeto de lei conhecido como Ato Médico – que dispõe sobre as atividades privativas da profissão – e prevê prejuízos na prestação dos serviços à população se a proposta virar lei. Segundo ele, estima-se que existam 30 mil acupunturistas no país, sendo apenas 25% médicos.
Alguns profissionais de saúde também divergem sobre o projeto sob alegação de que procedimentos, atualmente desempenhados por outras categorias, se tornarão exclusivos dos médicos.
Para a coordenadora Carmen De Simoni, a tendência é de crescimento no número de consultas e o projeto não será um obstáculo a essa ampliação.

?Acredito que todas as categorias de saúde tenham o que aportar ao cuidado em saúde e também acredito que a categoria médica é muito relevante, tem muito a contribuir, assim como a fisioterapia, a biologia e a enfermagem e as 14 categorias da saúde. Não vamos ter nenhum tipo de redução [na prestação do atendimento alternativo] por aprovação de algo tão esperado como a lei de exercício de uma categoria profissional? Afirmou a coordenadora.

O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados, em outubro passado, e volta ao Senado para votação.

Clique no botão abaixo para fazer o download de uma apresentação sobre a Acupuntura no SUS:



Retirado da Escola Zang Fu

Share |

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dia Mundial de Luta Contra a Aids


ACUPUNTURA
Uma aliada no tratamento anti-Aids


Sempre ouvimos falar que, a partir do surgimento da chamada terapia tríplice anti-Aids, as pessoas portadoras do HIV passaram a ter uma maior expectativa de vida. Sem dúvida, tomar os anti-retrovirais corretamente é a primeira e fundamental etapa na luta contra o HIV. Mas podemos ir muito além disso. Mais do que tempo de vida, hoje, quem tem o vírus da Aids quer viver melhor. Para isso sabemos que é necessário não só combater o vírus mas também promover a saúde do corpo e da mente. Desde o início, a Saber Viver vem mostrando o quanto o apoio psicológico, a alimentação e a atividade física, quando bem orientados, são importantes para uma vida saudável. Agora chegou a hora de mostrar a vocês o que muitas pessoas que vivem com o HIV já conhecem: os benefícios das terapias conhecidas como complementares. Vamos começar pela acupuntura.

A acupuntura é uma técnica terapêutica da medicina oriental em que pequenas agulhas são espetadas no corpo para ativar seus pontos vitais. Para a medicina oriental, o corpo, a mente e as emoções são indissolúveis. Nós somos uma unidade. Então, se uma doença como a Aids está atacando o nosso organismo, isso vai se refletir nas nossas emoções. Assim como o lado emocional também influencia o físico. O tratamento pela acupuntura ajuda o paciente a reencontrar o equilíbrio energético de seu corpo como um todo, reunindo físico e mente. O reequilíbrio orgânico vem em conseqüência do reequilíbrio energético. Na prática, o paciente sente um bem estar que vai se refletir na saúde do seu organismo, auxiliando inclusive a reestruturação do seu sistema imunológico.

Estimular as defesas do organismo


Cláudio Aquino, médico carioca que se utiliza da acupuntura entre outras terapias para tratar pacientes portadores do HIV, diz que a Aids, como todas as doenças, é multifatorial: "O HIV é um fator necessário para a doença, mas não é suficiente. Sabemos que vários fatores influenciam no processo da Aids. O sistema imunológico é suscetível à alimentação, à emoção e ao stress. O tratamento também deve ser multifatorial. A medicina alopática utiliza os medicamentos anti-retrovirais para atacar o vírus HIV, mas possui poucos medicamentos que fortalecem diretamente o sistema imunológico. A medicina vibracional, que inclui a acupuntura e a homeopatia, atua estimulando diretamente as defesas do organismo. No caso de uma pessoa HIV positiva, o ideal é que se utilize simultaneamente a medicina alopática e a vibracional. Por um lado, com as drogas químicas, conseguimos segurar o risco de vida, o risco de infecções, e por outro lado, com a medicina vibracional, fortalecemos o organismo. Na acupuntura, por exemplo, existem pontos específicos que estimulam o sistema imunológico".

Melhor qualidade de vida


No Centro de Referência e Tratamento (CRT-DST/Aids), em São Paulo, a acupuntura tem sido usada, com sucesso, para minimizar os efeitos colaterais causados pelos medicamentos anti-Aids, além de auxiliar no combate de algumas doenças oportunistas decorrentes da infecção pelo HIV. O médico Remo Rotela Jr. atende semanalmente 27 pessoas portadoras do HIV em um ambulatório de acupuntura improvisado no CRT. Além das agulhas, ele utiliza bastões de moxabustão para aquecer pontos energéticos do corpo, frascos de vidro para aplicação de ventosas e um aparelho para eletroacupuntura. Remo Rotela tem notado uma indiscutível melhora na qualidade de vida de seus pacientes, muitos com depressão e síndrome de ansiedade, alguns dependentes de drogas. "As diarréias, náuseas e vômitos, decorrentes do uso de anti-retrovirais, tornam-se muito menos freqüentes com algumas sessões de acupuntura e moxabustão. Problemas respiratórios também podem ser tratados com acupuntura, muitas vezes em conjunto com ventosas. Os edemas e dores decorrentes das lesões do Sarcoma de Kaposi melhoram muito com a utilização do aparelho de eletroacupuntura", afirma o médico acupunturista. Em seu ambulatório, encontra-se uma grande diversidade de males sendo tratados, mas pacientes que sofrem de neuropatia periférica, efeito colateral provocado por alguns retrovirais, são maioria.
Há 3 anos, Hugo Hagstron (foto) toma medicamentos para combater uma dormência crônica nos pés e nas mãos e câimbras constantes, sintomas da neuropatia periférica. Nos últimos tempos, esses medicamentos já não estavam mais surtindo efeito. Desde que iniciou o tratamento de acupuntura no CRT, há 2 meses, Hugo melhorou muito. "Agora a intensidade é muito menor e passo horas sem sentir nada. A acupuntura também diminuiu a minha ansiedade. Eu antes tinha um pouco de ojeriza às agulhas, mas venci a resistência", diz ele.

Tácito Molica (foto) também sofre com este efeito colateral que faz com que seus pés e mãos fiquem muito doloridos: "Depois de 4 meses de acupuntura, as dores das mãos sumiram e os pés só doem quando ando muito. Além disso também estou conseguindo dormir melhor".

Ana Rita, há 2 anos, mal conseguia pisar, conseqüência da neuropatia periférica: "Minha planta do pé estava super sensível, dando choque. Tomei todos os remédios que me indicaram, mas nada adiantou e ainda piorou a minha ansiedade. Foi maravilhoso descobrir a acupuntura do CRT. Na primeira sessão já senti diferença. Depois de 3 sessões melhorou muito. Já consigo até usar salto alto". 

Com esperança de ter uma melhor qualidade de vida, as pessoas portadoras do HIV, estão saindo em busca de alternativas que possam colaborar no tratamento anti-Aids. Muitos encontraram na acupuntura uma grande aliada. O importante é saber que a sua saúde depende sobretudo de você.

Enquanto no Rio de Janeiro a implantação de um serviço de acupuntura na rede pública, específico para pacientes portadores do HIV, ainda está em estudos, em São Paulo, o Centro de Referência e Tratamento (CRT-DST/Aids) oferece este serviço gratuito há 5 meses. Anote o endereço: Rua Santa Cruz, 81 Vila Mariana. São Paulo – SP

Fonte: http://www.saberviver.org.br/

Share |