segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O ENTARDECER

Reflexões sobre Acupuntura e Psicologia
Quando o Sol alcança seu máximo ponto no céu ou zênite ele começa a declinar e caminhar em direção as entranhas de Gaia para iluminar a sua escuridão.
Podemos olhar estes movimentos do mundo como movimentos dos homens, uma dança na busca do equilíbrio entre o máximo e o mínimo, entre nossos excessos e faltas.
Alto e baixo, fora e dentro, o yang e o yin são a eterna lei da dualidade deste universo. Nós estamos sempre a provocar esta lei, sempre a cometer desmedidas e com isso o movimento organizador e homeostático do Cosmos nos faz lembrar o quão frágeis e humanos nós somos através das doenças e infortúnios.
De acordo com os ciclos da natureza há o momento do entardecer. Observamos o entardecer todos os dias. Esperamos este momento para podermos ir para casa descansar, diminuir nosso ritmo. Podemos associar o entardecer ao elemento Terra que na acupuntura está relacionado com o final do verão, com baço, pâncreas e o estomago. Sua cor é o amarelo e o saber de ressonância deste elemento é o doce.
Terra que pisamos, nossa base e sustento. É aqui que a energia sofre uma transformação, ela fica mais estável antes de se recolher no interior. Pensando neste movimento de recolhimento lembramo-nos da noite que é simbolizada pelo Inverno, representada pelo elemento Água - energia em potencial adormecida em nosso âmago para despertar na primavera.
As pessoas vivem como se não existisse este momento de declínio, de descida e de interioridade. Cometem excessos de todos os tipos e não querem pagar o alto preço do desequilíbrio. Vivemos em um momento da nossa civilização em que as faltas e excessos estão escancarados para todos. O excesso de consumo, por medo da falta está desencadeando um grave desequilíbrio nas nossas forças reguladoras.
Na sociedade atual uma busca frenética por aprovação e a idealização da própria imagem tem mais valor que a busca de si mesmo. Tudo isso para garantir autoestima e reconhecimento alheio. Com isso a busca da totalidade fica comprometida, pois não é possível agradar dois senhores ao mesmo tempo.
Acredito que é deste movimento que nascem as desmedidas, já que é impossível equilibrar esta equação – agradar o outro versus ser si mesmo. Comprometemos nosso equilíbrio em busca de aprovação e toda a sorte de sintomas começa a brotar aqui e ali.
Os sintomas são nossos aliados, pois são eles que vão deflagrar nossa ferida interior e escancarar este distanciamento do nossoSelf. Em Medicina Chinesa isso é relatado como estar longe do Tao. Como diz o sacerdote e mestre taoísta contemporâneo Wu Jyh Cheng em sua interpretação do Tratado sobre a união oculta: “Primeiro, a pessoa traz o céu para dentro de si, depois o céu leva a pessoa à plenitude”. Se estivermos em comunhão com o Universo saberemos o caminho que devemos seguir.
O caminho do céu, essa ligação com o Self é invisível, não podem ser vistos com os olhos, não podem ser escutados com os ouvidos. Esta ligação pode ser sentida, apenas, no mais profundo de nossos corações. Por isso a grande importância de estarmos tranquilos e calmos em um movimento de introspecção.
Chamo este movimento de interiorização de o entardecer pela sua semelhança com a natureza. Ao entardecer sentimos a necessidade de voltar para casa, ficar recolhidos, descansar e refletir sobre nosso dia. Depois chega a noite e com ela nossa estrela guia surge resplandecente no céu. Como vocês podem observar somos sempre conduzidos pelo céu, desde tempos remotos até os dias de hoje, simbolicamente ou literalmente, o céu é nosso guia.
Essa tão sonhada e desejada ligação com o Self pode ser alcançada. De acordo com a filosofia oriental e também com a psicologia, o primeiro e mais importante passo nesta direção é sermos sinceros.
Sinceridade é o elemento central e é o ponto de partida de toda transformação. Esta virtude de acordo com a Medicina Chinesa está ligada ao elemento Terra. Todos os 5 elementos da Medicina Chinesa se apoiam na terra. A pessoa sincera se expressa com transparência, não existem intenções incorreta e não reveladas em suas ações.
Podemos observar hoje que as pessoas agem através da esperteza ou da inteligência sem sabedoria em seu próprio benefício. Somente com a sinceridade e com um coração desprovido de intenções sombrias somos capazes de frear este tipo de comportamento tão comum.
Se formos sinceros saberemos nossos limites e não cometeremos as desmedidas. Se estivermos conscientes das nossas intenções obscuras não reveladas seremos mais naturais, espontâneos e o equilíbrio voltará a reinar com facilidade em nossa vida.
Nós seres humanos estamos entre o “Céu e a Terra”. Isso quer dizer que devemos voltar nossa mente para o alto, para o celestial e manter nossos pés bem firmes na Terra para ficarmos enraizados e estáveis. E somente com estabilidade é possível gerar mudança e crescimento.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Notícias - Acupuntura e Psicologia


Notícias

02/05/2013 - 18:26, atualizado em 02/05/2013 - 18:28

LINK da notícia: http://site.cfp.org.br/acupuntura/

Acupuntura


CFP encaminha recurso ao STF pedindo reformulação da decisão do STJ

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) enviou um recurso especial ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a reformulação da decisão divulgada esta semana pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidindo que os profissionais da Psicologia não podem utilizar a acupuntura como método ou técnica complementar de tratamento.
Atualmente, não há Lei no Brasil regulamentando a acupuntura e, por isso, sua prática independe da autorização de qualquer conselho profissional. Portanto, a discussão da matéria continua e caberá ao STF um posicionamento final sobre o exercício da atividade entre psicólogas (os).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura (Sobrapa), a estimativa é de que existam aproximadamente quatro mil psicólogas (os) praticando essa atividade no Brasil. O Ministério da Saúde reconhece a acupuntura na atenção básica exercida por profissionais da Psicologia. O órgão promoveu, inclusive, concursos para provimento de cargos nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), onde psicólogas (os) acupunturistas atuam em equipes multiprofissionais.
O STJ alegou que a acupuntura não está prevista na lei que regulamenta a profissão de psicóloga (o), a Lei 4.119/62. A ação corroborou com o acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que pedia a anulação da Resolução 5/2002 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). A norma amplia o campo de atuação dos profissionais da área, ao possibilitar a utilização da acupuntura nos tratamentos.
A turma que julgou o assunto entende que é impossível que psicólogas (os) estendam seu campo de trabalho por meio de resolução administrativa, pois suas competências estão fixadas em lei que regulamenta o exercício profissão. De acordo com o grupo, só a lei pode ampliar a competência profissional regulamentada. Para eles, o exercício da acupuntura depende de autorização legal expressa, por ser idêntico a procedimento médico invasivo.
Em resposta a essa acusação, o recurso elaborado pelo CFP explica que “o psicólogo, a partir das atribuições profissionais estampadas na Lei nº 4.119/62, utiliza a acupuntura como recurso complementar a sua atividade profissional. E é bem por isso que o Conselho Federal de Psicologia editou a Resolução CFP nº 005/2002, conforme competência que lhe é delegada pelo art. 1º da Lei nº 5.766/71 [criação do Sistema de Conselhos]”.
A acupuntura é um método terapêutico milenar, parte integrante da Medicina Tradicional Chinesa. Nessa perspectiva, é possível afirmar que a prática, cuja base é filosófica, não é utilizada pela (o) psicóloga (o) para tratamento médico ou clínico, como sugere a decisão do STJ, mas, sim, a partir de um diagnóstico psicológico. “Se um paciente chegar ao consultório da (o) psicóloga (o) para tratar de uma cardiopatia, o profissional não poderá se utilizar da acupuntura para tal finalidade, e encaminhará o paciente a um médico”, diz o recurso.
O recurso especial destaca, ainda, que se a procura pelo profissional de Psicologia for para tratar problemas afetivos, familiares, emocionais ou de ajustamento, a (o) psicóloga (o), utilizando-se do diagnóstico psicológico, poderá utilizar a acupuntura como recurso complementar ao atendimento antes do início da terapia.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

DEPRESSÃO


Revista Brasileira de Psiquiatria

Print version ISSN 1516-4446

Rev. Bras. Psiquiatr. vol.21  s.1 São Paulo May 1999

http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44461999000500003 

Conceito e diagnóstico

José Alberto Del Porto1



RESUMOEste artigo revê o conceito de depressão e a nosologia contemporânea dos estados depressivos e seus diferentes subtipos. São discutidos aspectos relativos ao curso (formas agudas vs crônicas da doença, padrão sazonal), características fenomenológicas (melancolia, quadros psicóticos, quadros atípicos, formas catatônicas) da doença, assim como a importância e o significado das alterações psicomotoras para o diagnóstico das chamadas depressões "endógenas" ou "vitais", de acordo com trabalhos contemporâneos (como os de Parker e Widlöcher). Este trabalho aborda também as fronteiras da depressão com o transtorno bipolar, os transtornos de personalidade, a desmoralização e os estados de luto normal, assim como os limites com outras doenças e estados induzidos por drogas.



Significados do termo "depressão"
O termo depressão, na linguagem corrente, tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal (a tristeza), quanto um sintoma, uma síndrome e uma (ou várias) doença(s).
Os sentimentos de tristeza e alegria colorem o fundo afetivo da vida psíquica normal. A tristeza constitui-se na resposta humana universal às situações de perda, derrota, desapontamento e outras adversidades. Cumpre lembrar que essa resposta tem valor adaptativo, do ponto de vista evolucionário, uma vez que, através do retraimento, poupa energia e recursos para o futuro. Por outro lado, constitui-se em sinal de alerta, para os demais, de que a pessoa está precisando de companhia e ajuda. As reações de luto, que se estabelecem em resposta à perda de pessoas queridas, caracterizam-se pelo sentimento de profunda tristeza, exacerbação da atividade simpática e inquietude. As reações de luto normal podem estender-se até por um ou dois anos, devendo ser diferenciadas dos quadros depressivos propriamente ditos. No luto normal a pessoa usualmente preserva certos interesses e reage positivamente ao ambiente, quando devidamente estimulada. Não se observa, no luto, a inibição psicomotora característica dos estados melancólicos. Os sentimentos de culpa, no luto, limitam-se a não ter feito todo o possível para auxiliar a pessoa que morreu; outras idéias de culpa estão geralmente ausentes.
Enquanto sintoma, a depressão pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, etc. Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas.
Enquanto síndrome, a depressão inclui não apenas alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia), mas também uma gama de outros aspectos, incluindo alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite).
Finalmente, enquanto doença, a depressão tem sido classificada de várias formas, na dependência do período histórico, da preferência dos autores e do ponto de vista adotado. Entre os quadros mencionados na literatura atual encontram-se: transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da ciclotimia, etc.

Descrição clínica
As descrições feitas por Kraepelin, dos estados depressivos e maníacos, na oitava edição de seu tratado, são insuperáveis pela clareza e precisão. Felizmente encontra-se disponível uma reedição recente desse trabalho, em tradução inglesa,1 o que torna sua leitura mais facilmente acessível. De muito interesse é o artigo clássico de Falret, sobre a "folie circulaire", marco na história da doença maníaco-depressiva, datado de 1854 e recentemente republicado pelo American Journal of Psychiatry, com comentários de Marc Sedler.2 Igualmente interessantes são as descrições de Bleuler, em seu Tratado de Psiquiatria (atualizado por Manfred Bleuler), que conta com traduções em espanhol e mesmo em português.3

Aspectos gerais
Embora a característica mais típica dos estados depressivos seja a proeminência dos sentimentos de tristeza ou vazio, nem todos os pacientes relatam a sensação subjetiva de tristeza. Muitos referem, sobretudo, a perda da capacidade de experimentar prazer nas atividades em geral e a redução do interesse pelo ambiente. Freqüentemente associa-se à sensação de fadiga ou perda de energia, caracterizada pela queixa de cansaço exagerado. Alguns autores4,5 enfatizam a importância das alterações psicomotoras, em particular referindo-se à lentificação ou retardo psicomotor. Este tópico será abordado mais detidamente no item referente à conceituação da "melancolia".
No diagnóstico da depressão levam-se em conta: sintomas psíquicos; fisiológicos; e evidências comportamentais.

Sintomas psíquicos
• Humor depressivo: sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimentos de culpa.
Os pacientes costumam aludir ao sentimento de que tudo lhes parece fútil, ou sem real importância. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir alegria ou prazer na vida. Tudo lhes parece vazio e sem graça, o mundo é visto "sem cores", sem matizes de alegria. Em crianças e adolescentes, sobretudo, o humor pode ser irritável, ou "rabugento", ao invés de triste. Certos pacientes mostram-se antes "apáticos" do que tristes, referindo-se muitas vezes ao "sentimento da falta de sentimentos". Constatam, por exemplo, já não se emocionarem com a chegada dos netos, ou com o sofrimento de um ente querido, e assim por diante.
O deprimido, com freqüência, julga-se um peso para os familiares e amigos, muitas vezes invocando a morte para aliviar os que o assistem na doença.
São freqüentes e temíveis as idéias de suicídio. As motivações para o suicídio incluem distorções cognitivas (perceber quaisquer dificuldades como obstáculos definitivos e intransponíveis, tendência a superestimar as perdas sofridas) e ainda o intenso desejo de pôr fim a um estado emocional extremamente penoso e tido como interminável. Outros ainda buscam a morte como forma de expiar suas supostas culpas. Os pensamentos de suicídio variam desde o remoto desejo de estar simplesmente morto, até planos minuciosos de se matar (estabelecendo o modo, o momento e o lugar para o ato). Os pensamentos relativos à morte devem ser sistematicamente investigados, uma vez que essa conduta poderá prevenir atos suicidas, dando ensejo ao doente de se expressar a respeito.
• Redução da capacidade de experimentar prazer na maior parte das atividades, antes consideradas como agradáveis. As pessoas deprimidas podem relatar que já não se interessam pelos seus passatempos prediletos. As atividades sociais são freqüentemente negligenciadas, e tudo lhes parece agora ter o peso de terríveis "obrigações".
 Fadiga ou sensação de perda de energia. A pessoa pode relatar fadiga persistente, mesmo sem esforço físico, e as tarefas mais leves parecem exigir esforço substancial. Lentifica-se o tempo para a execução das tarefas.
 Diminuição da capacidade de pensar, de se concentrar ou de tomar decisões. Decisões antes quase automáticas parecem agora custar esforços intransponíveis. Um paciente pode se demorar infindavelmente para terminar um simples relatório, pela incapacidade em escolher as palavras adequadas. O curso do pensamento pode estar notavelmente lentificado. Professores experientes queixam-se de não conseguir preparar as aulas mais rotineiras; programadores de computadores pedem para ser substituídos pela atual "incompetência"; crianças e adolescentes têm queda em seus rendimentos escolares, geralmente em função da fatigabilidade e déficit de atenção, além do desinteresse generalizado.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

BORDERLINE


TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE OU LIMÍTROFE (CID F60.31)


O transtorno de personalidade Borderline (ou limitrofe) é caracterizado por apresentar uma alteração de fronteira (ou de borda) entre a neurose* e a psicose**. 

*  Neurose: Patologia psiquiátrica na qual existe consciência da doença. Caracteriza-se por ansiedade, angústia e transtornos na relação interpessoal. Apresenta diversas variantes segundo o tipo de neurose. Os tipos mais freqüentes são a neurose obsessiva, depressiva, maníaca, etc., podendo apresentar-se em combinação. Na neurose, o indivíduo além de saber que é um neurótico, ele tem plena consciência dos seus atos, mas não consegue controlá-los.
** Psicose: grupo de doenças psiquiátricas caracterizadas pela incapacidade de avaliar corretamente a realidade. A pessoa psicótica reestrutura sua concepção de realidade em torno de uma idéia delirante, sem ter consciência de sua doença, isto é, os psicóticos não têm essa consciência, eles perdem a noção da realidade.


Esta condição limitrofe do borderline deve-se ao fato de que nesta patologia, embora seja bem menos perturbada que as psicóses, são muito mais complexas que os neuroses, apesar não apresentarem deformações de caráter típicas das personalidades sociopáticas, isto é, o borderline, apresenta perturbações mais complexas que as neuroses, porém, menos complexas que as psicoses, não chegando a ser sociopatas.
Na realidade, o Borderline tem séria limitação para usufruir as disponibilidades de opção emocional diante dos estímulos do cotidiano e, por causa disso, pequenos estressores são capazes de enfurecê-lo.


CLASSIFICAÇÃO:


Uma classificação bastante didática divide o Transtorno Borderline em 4 grupos clínicos:
Grupo A: Borderline com predomínio de características esquizóides e/ou paranóides, mais próxima das psicoses.
Grupo B: Borderline com predomínio de características distímicas e afetivas.
Grupo C: Borderline com predomínio de características anti-sociais e perversas (corresponderiam ao grupo de Transtorno de Pessoalidade Borderline, propriamente dito, satisfazendo quase todos os critérios do DSM IV).
Grupo D: Borderline com predomínio de características neuróticas (obsessivo-compulsivas, histéricas e fóbicas) graves.
Esta classificação tem objetivo mais didático que prático, porquanto na prática cotidiana observamos com maior freqüência a ocorrência de casos mistos.


Há pessoas, simpáticas e agradáveis aos outros, que se comportam de maneira totalmente diferente com as pessoas de sua intimidade. São explosivas, agressivas, intolerantes, irritáveis, com tendência a manipular pessoas.... Outros conseguem ser desarmônicos dentro e fora do lar.


AGRESSIVIDADE E INTOLERÂNCIA:

O Borderline geralmente se equivoca diante de um estimulo estressor cotidiano. Sendo assim, um pequeno estressor é capaz de enfurecê-lo. O limiar de tolerância às frustrações é extremamente susceptível nessas pessoas.
São indivíduos sujeitos a acessos de ira e verdadeiros ataques de fúria ou de mau gênio, em completa inadequação ao estímulo desencadeante. Essas crises de fúria e agressividade acontecem de forma inesperada, intempestivamente e, habitualmente, têm por alvo pessoas do convívio mais íntimo, como os pais, irmãos, familiares, amigos, namoradas, cônjuges, etc.
Esta instabilidade das emoções é reconhecida pelo portador, contudo, eles justificam-nas geralmente com argumentos implausíveis.
As flutuações de humor são rápidas, e variações no estado de humor de um momento para outro geralmente não tem justificativa real.
Diferente das mudanças de humor dos bipolares, que podem durar semanas ou meses, as osculações de humor do Borderline podem durar minutos, horas ou dias.
Essas oscilações de humor incluem depressões, ataques de ansiedade,  irritabilidade, agressividade (que pode ser voltada a ele mesmo ou à outras pessoas), ciúme patológico, etc.

ETERNOS INSATISFEITOS

No Transtorno de Borderline há uma percepção equivocada de que o vazio só será preenchido pelo outro. 
Essas pessoas são levadas a extremos, e idealizam relacionamentos que não existem na prática. 
Usualmente, o companheiro, o familiar, o amigo vai falhar em algum momento. Só que a border não entende isso. Para um border, fazer 99% não é suficiente, já que faltou 1%. 
As pessoas com esse tipo de transtorno de personalidade costumam ir ao próprio limite e do outro, principalmente. 
A frustração acaba se configurando através da depressão, da automutilação e, até mesmo, do suicídio. 
Ao se estabelecer novos relacionamentos, além dos familiares, fica mais evidente a transferência de responsabilidade no preenchimento da felicidade. 
Os pais precisam estar próximos para perceber esses comportamentos prejudiciais. Quanto mais cedo, mais fácil de tratar. Quando a paciente é mais velha pode ter maiores dificuldades em aprender novas estratégias de convivência.
 
TPB: SUICIDIO E AUTO-MUTILAÇÃO (“CUTTING”)

Na agressividade auto-inflingida, pode ocorrer a pratica de auto-mutilação (se machucar, se cortar, se queimar) ou tentativa de suicídio.
Portadores de TPB dizem que se machucam para satisfazer uma necessidade irresistível de sentir dor, ou porque a dor no corpo "é melhor que a dor na alma".
Já nas tentativas de suicídio, elas ocorrem mais freqüentemente às tentativas de impulso do que as planejadas. É muito importante ressaltar, que os portadores de TPB estão incluídos no grupo de risco mais elevado ao suicídio, ocorrendo entre 8 a 10% desses indivíduos.
Esses atos auto-destrutivos podem ser precipitados por ameaças de separação ou rejeição, por expectativas de que assumam maiores responsabilidades ou mesmo por frustrações banais.
Um fator interessante é de que, ao contrário da maioria das outras patologias psiquiátricas, o risco de tentativas de suicídio diminui a cada nova tentativa.
Esta patologia também está intimamente ligada ao abuso de drogas, alcoolismo e violência.

INCIDÊNCIA NA POPULAÇÃO E CURSO DA PATOLOGIA:

O Transtorno da Personalidade Borderline é diagnosticado mais em mulheres, as quais compõem cerca de 75% dos casos.
Quanto à prevalência, estima-se estar presente em cerca de 0,2 a 1,8% da população geral, ocorrendo em cerca de 10% a 20% dos pacientes de consultórios psiquiátricos. Estudos apontam que a indidência de e em cerca de 20% dos pacientes psiquiátricos internados.
Entre os portadores de Transtornos da Personalidade em geral, a prevalência do Transtorno da Personalidade Borderline varia de 30 a 60%.
Outros estudos apontam que o TPB está presente em 20% da população carcerária, e ainda, que 20 a 25% dos borders sejam oriúndos de famílias estruturadas.
O curso do Transtorno da Personalidade Borderline é instável, começando esse distúrbio no início da idade adulta, com episódios de sério descontrole afetivo e impulsivo. O prejuízo resultante desse transtorno e o risco de suicídio são maiores nos anos iniciais da idade adulta e diminuem gradualmente com o avanço da idade. Durante a faixa dos 30 e 40 anos, a maioria dos indivíduos com o transtorno adquire maior estabilidade em seus relacionamentos e funcionamento profissional.

O QUE CAUSA ESTE TRANSTORNO? 

Assim como em muitas outras patologias psiquiátricas, não se sabe ao certo a causa deste transtorno de personalidade, contudo, acredita-se que pode ter causas genéticas envolvidas.
Observou-se que o Transtorno da Personalidade Borderline é cerca de cinco vezes mais freqüente entre parentes biológicos em primeiro grau também com o transtorno do que na população geral.    
Outros fatores que podem ser apontados como causa provável, é uma combinação dos seguintes fatores:
 
1) Vivências traumáticas (reais ou imaginadas) na infância, por exemplo abuso psicológico, sexual, negligência, terror psicológico ou físico, separação dos pais, orfandade.
2) Vulnerabilidade individual.
3) Stress ambiental que desencadeia o aparecimento do comportamento Borderline.

QUADRO CLÍNICO :

Segundo o DSM-IV (Quarta edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), admite-se que o Borderline apresenta transtornos em quase todas as áreas da pessoalidade, principalmente nas relações interpessoais, na profundidade (qualidade) dos sentimentos, na identificação e na empatia, na atitude social, no controle da vontade (volição), na capacidade para o trabalho, na necessidade de prazer, na vida sexual, no controle das emoções, na vida das fantasias, na elaboração e valorização dos ideais e no planejamento das metas da vida.
No que se refere à “vida das fantasias”, é comum observar em Borderlines, a criação de personagens, verdadeiros alter-egos que são criados de maneira proposital, quer seja para fugir da realidade, que seja visando obter aquilo que almeja.
Suas relações com o objeto são superficiais, carecendo de profundidade de sentimentos, de constância, empatia e consideração pelos demais. Também apresenta transtornos de caráter de nível variado e os sintomas clínicos são: 

1) Angustia

É crônica e difusa. Trata-se de um afeto contínuo e surdo mas que, no obstante, pode se manifestar como uma crise de angústia aguda e com sintomas somáticos correspondentes. Pode sobrevir uma crise histérica com comprometimento de todas as funções psíquicas, juntamente com manifestações somáticas variadas, tais como vertigem, taquicardia e outros característicos do Transtorno de Ansiedade Aguda. 
A desrealização e a despersonalização aparecem como extremos dessas crises, também acompanhadas de sintomas somáticos. É uma angústia ligada à perda de sentido, tal como foi observada por Freud quando diante de perspectivas ou ameaças de separação. 


2) Incapacidade para sentir

Às vezes o paciente experimenta a consciência de um vazio afetivo, despersonalização e incapacidade para sentir emoções. Outras vezes encenam episódios do tipo histérico, com reações emocionais exageradas, ingerem álcool ou drogas, cometem delitos ou têm relações sexuais patológicas para libertar-se da sensação de vazio existencial.
Ainda que não consigam experimentar emoções genuínas, também não podem suporta-las caso existam. Protegem-se contra os sentimentos mantendo as relações em um nível superficial ou mudando freqüentemente de trabalho, de amigos ou do lugar onde vivem.
Isso pode explicar a grande instabilidade dos pacientes Borderlines.
Schmideberg disse que os Borderlines são, fundamentalmente, não sociais e alguns, declaradamente anti-sociais. Uma das manifestações da instabilidade é a instabilidade afetiva, que pode perturbar suas relações sociais.
No plano ocupacional também se mostram instáveis. Mesmo que esses pacientes tenham condições intelectuais normais, falta-lhes capacidade para a concentração, para a perseverança e para o desejo para um esforço mais firme. Outros fatores que contribuem para a instabilidade ocupacional são sua baixa tolerância à frustração, hipersensibilidade às críticas e a expectativa de conseguir recompensas totalmente desproporcionais. Também deve ser destacada a incapacidade para os Borderlines aceitar as regras e a rotina. Por tudo isso eles acabam sendo despedidos de seus empregos ou que eles mesmos pedem demissão.  


3) Depressão

A depressão do Borderline se caracteriza, basicamente, por sentimentos de vazio e solidão. A diferença do que ocorre no verdadeiro depressivo, no qual existe medo da destruição do objeto amado, no caso do Borderline ha explosões de ira ou raiva contra o objeto considerado frustrante.  

4) Intolerância à solidão

"Eu te odeio! Mas, por favor, não me deixe!"
A modalidade de relação com o objeto é do tipo anaclítica (um quadro de perda gradual de interesse pelo meio, perda ponderal, comportamentos estereotipados eventualmente, até a morte). A intolerância a estar só se manifesta como um afã de prender-se vorazmente, através da voz ou da presença física do outro, ou em determinados casos por intermédio do objeto droga, álcool ou alimento, segundo seja a adicção, como tentativa frustrada de supressão da falta. Na realidade, toda tensão de separação é intolerável ao Borderline,  produzindo as condutas de aderência exagerada ao objeto. 


5) Anedonia

É a incapacidade de sentir prazer, próprio dos estados gravemente depressivos. Existe sempre no paciente Borderline uma insatisfação permanente e manifesta, uma frustração constante e os objetivos de prazer que pretendem nunca chegam consegui-los, são para eles, inalcançáveis. Ou, pior ainda, quando são alcançados, perdem valor imediatamente. No pacientes Borderline a tendência a evitar o desprazer se faz mais forte que a busca do prazer. 

6) Neurose poli-sintomática

O paciente borderline pode apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas:
a) Fobias múltiplas, geralmente graves, especialmente a agorafobia. A relação com o objeto está submetida à regulação da distância com mecanismos agorafóbicos e claustrofóbicos. Essas sensações associadas a tendências paranóides, originam serias inibições sociais.
b) Sintomas obsessivos-compulsivos. Normalmente esses sentimentos, muito repudiados pelo portador de TOC, são ego sintônicos no paciente Borderline(aspectos do pensamento, dos impulsos, atitudes, comportamentos e sentimentos que não perturbam a própria pessoa; por exemplo: a pessoa é homossexual e concorda desse jeito dela própria ser). Existeinclusive com tendência a racionalização (Mecanismo de Defesa que se caracteriza por um procedimento de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis. É o processo através do qual uma pessoa apresenta uma explicação que é logicamente consistente ou eticamente aceitável para uma atitude, ação, idéia ou sentimento que causa angústia. Usa-se a Racionalização para justificar comportamentos quando, na realidade, as razões para esses atos não são recomendáveis). 
c) Múltiplos sintomas de conversão histéricos (sintomas que sugerem uma doenças neurológicas, tais como paralisias, afonia, convulsões, perturbações da coordenação, acinesias, discinesias, cegueira, anestesias e parestesias.), geralmente crônicos.
d) Reações dissociativas (histéricas).
e) Transtornos de consciência, estados crepusculares (estreitamento transitório da consciência, com a conservação de uma atividade mais ou menos coordenada, mais ou menos automática. Normalmente há falsa aparência de que o paciente está compreendendo a situação. Em geral, a percepção do mundo exterior é imperfeita ou de todo inexistente), fugas e amnésias.
f) Hipocondria e exagerada preocupação por a saúde e temor crônico a enfermar. Refere-se não só ao corpo, mas também à mente. Descrevem minuciosamente seu mal-estar, com reações e sensações esdrúxulas. É comum o medo de enlouquecerem.
g) Tendências paranóides com idéias deliróides persecutórias.
h) Descontrole dos impulsos. Este descontrole impulsivo pode ser ego diatônico ou ego sintônicos. O alcoolismo, drogadição, bulimia, compras descontroladas, cleptomania, são sintomas impulsivos comuns entre os Borderlines. 

7) Tendências sexuais não-normais 

Portadores de uma instabilidade na identidade, podem oscilar no que se refere à  auto-imagem, gostos e valores persistentemente instáveis, e preferência sexual que também pode oscilar, não sendo incomum casos de homossexualidade e bissexualidade.
Parafilias são caracterizadas por anseios, fantasias ou comportamentos sexuais recorrentes e intensos que envolvem objetos, atividades ou situações incomuns e causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. São exemplos de parafilias a zoofilia e a pedofilia.
Podem coexistir varias tendências em forma de fantasias ou de ações. As formas bizarras de sexualidade, principalmente as que manifestam agressão ou substituição primitiva dos fins genitais, tais como atitudes eliminatórias (urinar, defecar). 
Às vezes a homossexualidade pode funcionar como defesa contra a sensação e a ansiedade de abandono.
A homossexualidade costuma representar a busca de gratificação das necessidades orais. Pode também manifestar relações homossexuais sadomasoquistas e promíscuas. 

8) Episódios Psicóticos Breves

Aqui se incluem a desrealização e despersonalização. As idéias de auto-referência e os quadros paranóides predominam nesses Episódios Psicóticos Breves. As manifestações clínicas seriam: transtornos paranóides, depressões com idéias de suicídio, Episódios Maníacos, quadros de automutilação. Esses episódios agudos costumam ser reativos, normalmente à ruptura de algum vínculo. 

9) Adaptação social

Existem várias possibilidades para o contacto social borderline. A evitação, por exemplo, acontece nos casos do borderline esquizóide e depressivo, mas o relacionamento interpessoal também pode ter características anti-sociais. Em geral, as relações interpessoais costumam estar prejudicadas e nas reações paranóides, tão comuns entre esses pacientes, a conduta social pode ser agressiva.

RESUMO DOS PRINCIPAIS SINTOMAS:


Vale ressaltar que nem todos os portadores desta patologia apresentam todos estes sintomas. O diagnóstico correto deve ocorrer após avaliação médica.
Podemos relacionar:
  • Medo de abandono: uma necessidade constante, agoniante de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas e sem apoio;
  • Padrão de relacionamento instável variando rapidamente entre ter um grande apreço por certa pessoa para logo depois desprezá-la;
  • Comportamento impulsivo principalmente quanto a gastos financeiros, sexual, abuso de substâncias psicoativas, pequenos furtos, dirigir irresponsavelmente;
  • Sentimento de raiva freqüente e falta de controle desses sentimentos chegando a lutas corporais;
  • Sentimentos persistentes de vazio e tédio;
  • Dramatização, exagero e teatralização das emoçoes;
  • Manipulação de pessoas / situações visando obter beneficio próprio;
  • Dificuldade de administrar emoções;
  • Instabilidade de humor caracterizada pela  rápida variação das emoções, passando de um estado de irritação para angustiado e depois para depressão (não necessariamente nesta ordem). Diferentes das oscilações de humor da Bipolaridade, que duram semanas ou meses,  as variações em Borderlines têm oscilações de minutos, horas, dias. Essas oscilações de humor incluem depressões, ataques de ansiedade, irritabilidade, ciúme patológico, hetero- e auto-agressividade. Uma paciente marca a consulta informando que está super deprimida, querendo morrer. No dia seguinte chega à consulta bem humorada, bem vestida, maquiada, vaidosa;
  • Comportamento auto-destrutivo (se machucar, se cortar, se queimar). As portadoras de Borderline dizem que se machucam para satisfazer uma necessidade irresistível de sentir dor. Ou porque a dor no corpo "é melhor que a dor na alma";
  • Tentativas de suicídio, mais freqüentemente as de impulso do que as planejadas;
  • Mudanças de planos profissionais, de círculos de amizade;
  • Problemas de auto-estima. Borderlines se sentem desvalorizadas, incompreendidas, vazias. Não tem uma visão muito objetiva de si mesmos;
  • Impulsividade: idealizam pessoas recém conhecidas, se apaixonam e desapaixonam de maneira fulminante;
  • Desenvolvem admiração e desencanto por alguém muito rapidamente. Criam situações idealizadas sem que o parceiro objeto do afeto muitas vezes nem tenha idéia de que o relacionamento era tão profundo assim...
  • Alta sensibilidade a qualquer sensação de rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais. Uma pequena viagem de negócios do namorado ou marido pode desencadear uma tempestade emocional completamente desproporcional (acusações de rejeição, de abandono, de não se preocupar com as necessidades dela, de egoísmo, traição, etc.).
  • A mistura de idealização por alguém e a extrema sensibilidade às pequenas rejeições que fazem parte de qualquer relacionamento são a receita ideal para relacionamentos conturbados e instáveis, para rompimentos e estabelecimento imediato de novos relacionamentos com as mesmas idealizações;
  • Dúvidas a respeito de si mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu comportamento sexual, de sua carreira profissional;
  • Menos freqüente: episódios psicóticos (se sentirem observadas, perseguidas, assediadas, comentadas).

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:

 

SINTOMASTPBOUTRAS DOENÇAS
DEPRESSÃOânimo baixo, curto e intermitente.ânimo baixo, longo e contínuo.
MUDANÇAS DE HUMORmuito rápida: segundos, horas, no máximo um dia; reativo ao ambiente.no bipolar, longa: dias, semanas, meses; sem motivo nenhum.
IDENTIDADEmutável, indecisa, não sabe quem é e o que quer.estável, concreta, certeza.
COGNIÇÃOalucinações e paranoias ao estresse.na esquizofrenia, alucinações contínuas.
DESPERSONALIZAÇÃOsensação de irrealidade quando em estresse.pouco frequente, na síndrome do pânico é contínua.


FATORES DE BOM PROGNÓSTICO:

Alguns fatores podem contribuir para o desenrolar menos drástico da patologia. Podemos citar:
  • Bons relacionamentos familiares, sociais, afetivos, profissionais.
  • Participação em atividades comunitárias: igrejas, clubes, associações culturais, artísticas, etc.
  • Baixa ou ausente freqüência de auto-agressão.
  • Baixa ou ausente freqüência de tentativas de suicídio.
  • Ser casada(o).
  • Ter filhos.
  • Não ser promíscua(o).

Pesquisas apontam para a remissão dos sintomas após os 40 anos. “Quando o paciente chega a amadurecer emocionalmente e se tratou, tem com certeza menos perdas, terminou cursos que começou e tem relacionamentos mais estáveis e quem sabe ate constituiu uma família”, acredita o psiquiatra Erlei Sassi. 

CENA DO FILME - GAROTA INTERROMPIDA


Garota Interrompida (Girl Interromped) de 1999, com Wynona Ryder e Angelina Jolie, é baseado no livro de memórias homônimo. Conta a história de Susanna Kaysen, uma garota que vai para um hospital psiquiátrico durante os anos 60 com o diagnóstico de transtorno de personalidade limítrofe (ou Borderline).

FONTES:

Ballone, G.J. Personalidade Borderline. Internet. In. PsiqWeb. Disponível emhttp://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?sec=91&art=150
Acesso em abril de 2011. 

Marot, R. Transtorno de Personalidade Borderline (Limitrofe). Internet. In Psicosite. Disponivel em: http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=1269113186038467812&postID=7202356678662590805
Acesso em abril de 2011.

Pitliuk, R. Transtorno de Personalidade Borderline: Sequela de abuso na infância. Internet. In MentalHelp. Disponivel emhttp://www.mentalhelp.com/Borderline.htm
Acesso em abril de 2011.

Kaplan, HI. Sadock, BJ. Grebb, JA. Compêndio de Psiquiatria: Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clinica. 7ª ed. Artmed. São Paulo, 2005.

Gonçalves, V. Borderline Atinge mais mulheres. Jornal Hoje / Ciência & Saúde.Internet. Disponivel em:http://www.opovo.com.br/app/opovo/cienciaesaude/2010/12/18/noticiacienciaesaudejornal,2079155/borderline-atinge-mais-as-mulheres.shtml
Acesso em abril de 2011. 

Thomas A. Widiger y Myrna M. Weissman, Epidemiology of Borderline Personality Disorder Hosp Community Psychiatry 42:1015-1021, Octubre 1991
Acesso em abril de 2011.
______________________________________
Fonte:http://passeissoadiante.blogspot.com.br/2011/04/transtorno-de-personalidade-borderline.html

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A Sabedoria do Silêncio Interno




Texto taoista


Fale apenas quando for necessário.
Pense no que vai dizer antes de abrir a boca.
Seja breve e preciso já que cada vez que deixas sair uma palabra,
deixas sair ao mesmo tempo uma parte de seu Chi (energia).
Desta maneira, aprenderás a desenvolver a arte de falar sem perder energia.
Nunca faças promessas que não possas cumprir.
Não te queixes, nem utilizes em seu vocabulário,
palavras que projetem imagens negativas
porque se produzirão ao redor de ti,
tudo o que tenhas fabricado com tuas palavras carregadas de Chi.
Se não tens nada de bom, verdadeiro e útil a dizer,
é melhor se calar e não dizer nada.
Aprenda a ser como um espelho: observe e reflita a energia.
O próprio Universo é o melhor exemplo de um espelho
que a natureza nos deu,
Porque o universo aceita, sem condições, nossos pensamentos,
nossas emoções, nossas palavras, nossas ações,
e nos envia o reflexo de nossa própria energia
através das diferentes circunstâncias
que se apresentam em nossas vidas.
Se te identificas com o êxito, terás êxito.
Se te identificas com o fracasso, terás fracasso.
Assim, podemos observar que as circunstâncias que vivemos
são simplesmente manifestações externas
do conteudo de nossa conversa interna.
Aprende a ser como o universo,
escutando e refletindo a energia
sem emoções densas e sem prejuizos.
Porque sendo como um espelho sem emoções
aprendemos a falar de outra maneira.
Com o poder mental tranquilo e em silêncio,
sem lhe dar oportunidade de se impor
com suas opiniões pessoais
e evitando que tenha reações emocionais excessivas,
simplesmente permite uma comunicação sincera e fluida.
Não te dês muita importância, e sejas humilde,
pois quanto mais te mostras superior,
inteligente e prepotente,
mais te tornas prisioneiro de tua própria imagem
e vives em um mundo de tensão e ilusões.
Sê discreto, preserva tua vida íntima,
desta forma te libertas da opinião dos outros
e terás uma vida tranquila e benevolente
invisivel, misteriosa, indefinivel,
insondável como o TAO.
Não entres em competição com os demais, torna-te como a terra
que nos nutre, que nos dá o necessário.
Ajuda ao próximo a perceber suas qualidades,
a perceber suas virtudes, a brilhar.
O espírito competitivo faz com que o ego cresça
e, inevitavelmente, crie conflitos .
Tem confiança em ti mesmo.
preserva tua paz interior
evitando entrar na provação
e nas trapaças dos outros.
Não te comprometas facilmente,
se agires de maneira precipitada
sem ter consciência profunda da situação,
vais criar complicações.
As pessoas não tem confiança naqueles que muito facilmente dizem “sim”
porque sabem que esse famoso “sim”não é sólido e lhe falta valor.
Toma um momento de silêncio interno
para considerar tudo que se apresenta a ti
e só então tome uma decisão.
Assim desenvolverás a confiança em ti mesmo e a Sabedoria.
Se realmente há algo que não sabes,
ou não tenhas a resposta a uma pergunta que tenham feito, aceite o fato.
O fato de não saber é muito incômodo para o ego
porque ele gosta de saber tudo, sempre ter razão
e sempre dar sua opinião muito pessoal.
Na realidade, o ego nada sabe
simplesmente faz acreditar que sabe.
Evite julgar ou criticar,
o TAO é imparcial em seus juizos
não critica a ninguem,
tem uma compaixão infinita e não conhece a dualidade.
Cada vez que julgas alguem
a única coisa que fazes é expressar tua opinião pessoal,
e isso é uma perda de energia,
é puro ruido.
Julgar, é uma maneira de esconder tuas próprias fraquezas.
O Sábio a tudo tolera, sem dizer uma palavra.
Recorda que tudo que te incomoda nos outros
é uma projeção de tudo que não venceu em ti mesmo.
Deixa que cada um resolva seus problemas
e concentra tua energia em tua própria vida.
Ocupa-te de ti mesmo, não te defendas.
Quando tentas defender-te
na realidade estás dando demasiada importância às
palavras dos outros, dando mais força à agressão deles.
Se aceitas não defender-te estarás mostrando
que as opiniões dos demais não te afetam,
que são simplesmente opiniões,
e que não necessitas convencer aos outros para ser feliz.
Teu silêncio interno o torna impassível.
Faz uso regular do silêncio para educar teu ego
que tem o mal costume de falar o tempo todo.
Pratique a arte do não falar.
Toma um dia da semana para abster-se de falar.
Ou pelo menos algumas horas no dia,
segundo permita tua organização pessoal.
Este é um exercício excelente para conhecer
e aprender o universo do TAO ilimitado,
ao invés de tentar explicar com palavras o que é o TAO.
Progressivamente, desenvolverás a arte de falar sem falar,
e tua verdadeira natureza interna substituirá
tua personalidade artificial, deixando aparecer
a luz de teu coração e o poder
da sabedoria do silêncio.
Graças a esssa força, atrairás para ti tudo que necessitas
para tua própria realização e completa liberação.
Porem tens que ter cuidado para que o ego não se infiltre…
O Poder permanece quando o ego
se mantém tranquilo e em silêncio.
Se teu ego se impõe e abusa desse Poder
o mesmo Poder se converterá em um veneno,
e todo teu ser se envenenará rapidamente.
Fica em silêncio, cultiva teu próprio poder interno.
Respeita a vida dos demais e de tudo que existe no mundo.
Não force, manipule ou controle o próximo.
Converta-te em teu próprio Mestre e deixa os demais serem o que são,
ou o que têm a capacidade de ser.
Dizendo em outras palavras, viva seguindo a vida sagrada do TAO.