quarta-feira, 31 de março de 2010

ACUPUNTURA E O PODER DA AUTO-CURA

Recentes descobertas mostram que a acupuntura causa uma série de mudanças na química do corpo incluindo a produção de substâncias analgésicas naturais, hormônios, substâncias antiinflamatórias e fortalecedores do sistema imunológico.

Cortes de tomografias do cérebro revelam que a acupuntura estimula centros chave do cérebro (como o sistema límbico) , que de fato regulam uma série de funções do organismo. O que estes estudos de alta tecnologia estão revelando é algo que acupunturistas já sabiam há mais de 2000 anos: Acupuntura ajuda o corpo a se curar.

A abordagem médica ocidental no tratamento de doenças é similar a um mecânico consertando uma máquina disfuncional: alguém encontra um defeito no maquinário e então intervem para restabelecer a forma correta de funcionar da máquina. Esta abordagem essencialmente substitui os esforços de cura naturais do próprio corpo por produtos feitos pelo homem, como matar bactérias com antibióticos feitos pelo homem, ou colocar um balão, feito pelo homem, em uma artéria para restabelecer o fluxo de sangue.

É claro que, ao contrário da máquina, o organismo humano tem o potencial de se “consertar” ou se curar. A pergunta crítica é se nossos esforços de auto-cura são ou não poderosos o suficiente para curar qualquer tipo de desordem. A medicina ocidental tem um histórico de pensar que, quando um problema de saúde não é rapidamente resolvido por nossa habilidade natural de cura, é hora do doutor/mecânico entrar e assumir. Mas enquanto é verdade que alguns problemas estão além da habilidade do corpo de se curar, precisando de intervenção externa, é verdade também que muitos problemas simplesmente não se resolvem porque a habilidade de auto-cura do indivíduo não está operando em 100% de sua capacidade. Em tais casos, o senso comum nos diz que, se nós pudéssemos impulsionar nossa habilidade de auto-cura – aproxima-la de sua total capacidade – isto poderia fazer a diferença e permitir que a auto-cura aconteça.

Estranhamente, a possibilidade de estimular a habilidade de auto-cura do corpo não é nem considerada uma opção na medicina ocidental moderna. Isto explica porque aquelas primeiras autoridades médicas daqui não apreciaram o potencial da acupuntura. Se alguém olha para a acupuntura como apenas mais uma forma de “conserto mecânico” – agindo no lugar de recursos naturais – então parece ser inefetiva. Mas se é olhado para ela como um método que facilita a auto-cura, através da estimulação de centros chave do cérebro por exemplo, então seu potencial parece grandioso certamente.

Embora o entendimento de que a acupuntura ajuda o corpo a se curar é crucial para a apreciação de seu potencial, isto não explica como ela, ou a acupressão, terapia a ela correlacionada, funcionam. Como colocar uma agulha ou pressionar um ponto específico no corpo estimula certos centros do cérebro que de fato estimulam a auto-cura ? Pesquisadores modernos não têm a menor idéia. Os chineses antigos, no entanto, que descobriram e refinaram esta abordagem, acreditavam que sabiam: acupuntura restabelece o fluxo livre de Qi no corpo. O antigo conceito de Qi (pronunciado chi e qi pelos japoneses) tem sido uma base do pensamento oriental por mais de dois mil anos.

O Qi é visto como uma força toda penetrante da natureza, uma força que anima a matéria e dá funcionalidade à forma. De acordo com este conceito, a evolução constante de toda criação ocorre porque Qi está em constante movimento. À medida que o Qi flui, coloca tudo em movimento, de uma forma similar a como o movimento das ondas coloca as moléculas de água em movimento. Se esta força for obstruída, sem condições de fluir livremente, isto perturba o delicado equilíbrio da natureza e causa desordem.

No organismo humano, o bloqueio de Qi leva à dor e à doença. Restabeleça o fluxo normal de Qi e a dor e a doença se resolvem. O foco da acupuntura e acupressão são pontos no corpo onde o Qi tem uma maior tendência a ficar preso. A estimulação destes pontos com a agulha (acupuntura) ou a pressão do dedo (acupressão) ajuda a desobstruir e restaurar o fluxo de Qi. O problema que os modernos céticos têm com a tradicional explicação do Qi é que pesquisadores não foram capazes de confirmar a existência desta força.


Mas, nos dias de hoje com os altos custos da área da saúde e alarmantes evidências dos efeitos colaterais das drogas, isto não deveria nos impedir de fazer mais uso da acupuntura e da acupressão. Enquanto é impressionante que milhões de americanos já foram ajudados através destas terapias ao longo de 30 anos, eles representam apenas uma fração destes que poderiam ser ajudados. A natureza nos agraciou com o poder da auto-cura. A acupuntura e a acupressão nos ajuda a liberar este poder. Matthew D. Bauer e Revista New Living, Março de 2005. Matthew D. Bauer é Acupunturista Licenciado e autor de The Healing Power of Acupressure and Acupuncture: A Complete Guide to Timeless Traditions and Modern Practice – O Poder de cura da Acupressão e Acupuntura: Um Guia Completo de Tradições Milenares e Prática Moderna – (Avery, 2005, U$ 14,95). Visite o site de Matthew www.MatthewDBauer.com para maiores informações sobre seu livro, medicina chinesa ou disponibilidade para palestras. (*) Cristiana Mesquita é tradutora.

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Retirado do site: http://www.joacir.com/

Texto traduzido por Cristiana Mesquita, do original: Acupuncture, Acupressure, and the Power of Self-Healing. Matthew D. Bauer, L.Ac.


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terça-feira, 16 de março de 2010

A "naturalidade" das coisas

O conceito de Tao é algo que só pode ser apreendido por intuição. É algo muito simples, mas não pode ser explicado. É o que existe e o que inexiste. Só que nós temos demasiados conceitos dentro da cabeça para o entender como um todo uno.

O Tao é o Caminho da espontaneidade natural. É o que produz todas as coisas que existem. O Te 德 (a Virtude) é o modo de caminhar espontâneo que dá às coisas a sua perfeição.

O Tao não transcende o mundo; o Tao é a totalidade da espontaneidade ou «naturalidade» de todas as coisas. Cada coisa é simplesmente o que é e faz. Por isso, o Tao não faz nada; não precisa de o fazer para que tudo o que deve ser feito seja feito. Mas, ao mesmo tempo, tudo que cada coisa é e faz espontaneamente é o Tao. Por isso, o Tao «faz tudo ao fazer nada».

O Tao produz as coisas e é o Te que as sustenta. As coisas surgem espontaneamente e agem espontaneamente. Cada coisa tem o seu modo espontâneo e natural de ser. E todas as coisas são felizes desde que evoluam de acordo com a sua natureza. São as modificações nas suas naturezas que causam a dor e o sofrimento.

O Tao era praticado pelos sábios e admirado pelos ignorantes. A obediência às leis do Yin e do Yang significa vida; a desobediência, significa morte. Os obedientes dominarão, enquanto os desobedientes viverão em desordem e confusão. Tudo quanto é contrário à harmonia com a Natureza é desobediência e equivale a rebelião contra a Natureza.

Por isso, os sábios não tratavam aqueles que já estavam doentes e instruiam aqueles que ainda não estavam doentes. Não queriam guiar aqueles que já eram rebeldes; guiavam aqueles que ainda não eram rebeldes. É este o significado de toda discussão precedente. Administrar remédios a doenças que já se desenvolveram e reprimir revoltas que já eclodiram, é comparável ao comportamento daquelas pessoas que começam a abrir um poço depois de terem sede, ou daquelas que começam a fundir armas depois de já terem se lançado na batalha. Não chegarão estas ações demasiado tarde?


Na busca do conhecimento, todos os dias algo é adquirido,
Na busca do Tao, todos os dias algo é deixado para trás.

E cada vez menos é feito
até se atingir a perfeita não-ação.
Quando nada é feito, nada fica por fazer.

Domina-se o mundo deixando as coisas seguirem o seu curso.
E não interferindo.

Tao Te Ching 道德經 (Cap.48) - O Livro do Caminho e da sua Virtude

Devemos agir de acordo com a nossa vontade apenas dentro dos limites da nossa natureza e sem tentar fazer o que vai para além dela. Devemos usar o que é naturalmente útil e fazer o que espontaneamente podemos fazer sem interferir na nossa natureza. E não tentar fazer aquilo que não podemos fazer ou tentar saber aquilo que não podemos saber. A felicidade é essa "não-ação" perfeita (wu wei 無為 ).

Para conseguirmos entender o curso natural das coisas e seguirmos o Caminho temos que conseguir desaprender muitos conceitos. Para os podermos desaprender é preciso que antes os tenhamos aprendido. Mas temos que passar a um estado muito parecido com o estado inicial em que estávamos antes de o termos aprendido.

Se abrirmos os olhos de repente, há um brevíssimo momento durante o qual o nosso cérebro ainda não analisou o que está a ver. Ainda não distinguiu as cores e as formas nem descodificou o que se está a passar à nossa frente. Os taoistas procuram viver o mais perto possível desse estado. É uma renúncia à análise, sempre imperfeita, da realidade.


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terça-feira, 2 de março de 2010

Congresso de Acupuntura

III Congresso Brasileiro de Acupuntura AFA-Brasil e I Jornada AFA-SP

Será realizado na cidade de São Paulo, capital de São Paulo, no Teatro Juca Chaves - De 22 a 23 de Maio de 2010

Confira outras informações no site oficial do congresso, acesse www.afasp.com.br/congresso.htm



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