terça-feira, 27 de outubro de 2009

Energias Perversas e MTC


O homem é considerado um núcleo de energia, focado e organizado. Um microcosmo, inserido no macrocosmo. Assim sendo, ele está sujeito a todas as variações do meio ambiente, e diversos tipos de influências podem retirá-lo da sua situação de equilíbrio e homeostase. Os médicos antigos denominavam essas influências de “Os Quatro Demônios”. São eles: os fatores dietético, emocional, climático e ancestral.
  • Gu Xie
O fator dietético é considerado de fundamental importância no surgimento de desequilíbrios já que é dos alimentos que retiramos combustível para as atividades cotidianas, e também é dele que depende em grande parte a nossa imunidade. Uma alimentação deficiente nos obriga a gastar energias ancestrais que não serão renovadas, comprometendo a longevidade e a qualidade de vida como um todo.
Se alimentar bem significa comer adequadamente. Incluir alimentos de cores e sabores variados, e principalmente, alimentos que contenham energia viva. Produtos naturais, sem modificações químicas ou genéticas, sem aditivos, sem processamento ou refino industrial, e o mais próximo possível da colheita ou do abate, nos garantem que a aura de energia viva do alimento esteja intacta para ser absorvida. Assim prevenimos que o alimento se transforme em um demônio (xie), que seja tóxico, produzindo acúmulos e bloqueios, e contribuindo para o desequilíbrio energético do corpo.
  • Shen Xie
Emoções geram doenças a partir da alteração no funcionamento de órgãos e vísceras, deprimindo o sistema defensivo e ocupando energia em demasia. Manter a mente serena é manter o corpo saudável. Não é possível separar corpo e alma, já que tudo é reflexo da mesma energia.
Não podemos ver a energia, mas podemos ver os efeitos de seu equilíbrio ou desequilíbrio. Assim como numa lâmpada não vemos os elétrons, mas temos a luz. Assim devemos sempre procurar saídas para nossos conflitos internos. Emoções abruptas, intensas ou prolongadas são perigosas. A luminosidade da pessoa que está de bem consigo mesma emana em todas as direções.
  • Liu Xie
Por ser um microcosmo inserido no macrocosmo, o homem se comunica e responde ao meio ambiente de diversas maneiras. Se lembrarmos que temos que manter uma temperatura corporal constante em meio à variação climática provocada pelas estações, já temos uma idéia de que gastamos muita energia somente para nos manter estáveis.
Vento, frio, umidade, calor e secura estão sempre nos rodeando de uma maneira quase invisível. Se não estivermos atentos as portas estarão frágeis e o vento poderá entrar, se comportando como um agente estranho e trazendo uma variedade de sintomas de doença. É necessário saber se adaptar às mudanças, seguir os ritmos e observar os fluxos. Nunca estamos separados do todo.
  • Zhong Xie
Cada ser humano é um estranho ímpar. Chegamos ao mundo com uma carga ancestral, heranças da linhagem da nossa família, compilamos heranças do tempo anterior, da gestação, da infância. A ciência nos fala da herança genética, dos cromossomos. Os chineses falavam muito mais, contavam dessa energia que nos é transmitida pelas outras gerações como um tesouro, e que não é renovável.
Conhecer a nós mesmo, respeitar nossas possibilidades e limites, nos torna sábios. Em vez de adoecer, podemos prevenir. Conhecendo os pontos fracos, adotamos condutas diárias preventivas. Não nos expomos ao que não suportamos, ou se for inevitável nos armamos melhor para o combate.

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